As mídias sociais, como Facebook e Twitter, já foram tratadas como meios de disseminação do conhecimento e da democracia. Como exemplo positivo do bom uso das redes sociais, podemos citar os protestos contra o governo do Irã, em 2009, e principalmente a Primavera Árabe, em 2011. Ambos os casos, divulgados amplamente, pregavam o fim do autoritarismo no mundo islâmico. Como exemplo negativo, podemos citar as eleições americanas em 2016, onde a "desinformação" se espalhou por meio especialmente do Facebook. As mídias sociais mudaram completamente a forma como a mensagem é recebida pelas pessoas.
Por exemplo, uma coisa é alguém se defrontar com uma opinião contrária à sua quando está lendo, sozinho, um livro ou jornal impresso. O contexto de quem lê um ponto de vista oposto ao seu no ambiente do Facebook é muito diferente. Ao ler o jornal impresso, o leitor no máximo esbraveja, dobra o jornal ou joga no lixo. Já nas mídias sociais, o leitor, muitas vezes de cabeça quente, manifesta instantemente a sua opinião. Xinga. Discute. Dá "print" da tela e logo começa uma verdadeira guerra de opiniões. Engana-se quem pensa que, na internet, temos apenas brigas políticas.
Muita gente confronta diagnósticos de médicos a partir de informações coletadas no Google. E, não raro, ao ler o diagnóstico no Google, o então curioso já começa a sentir os sintomas da referida doença. Outro caso são os repórteres cidadãos, que acham que são mais capazes de relatar acontecimentos do que veículos jornalísticos já estabelecidos. Da mesma forma, percebo, em grupos de WhatsApp, integrantes que consideram suas opiniões e encaminhamentos mais importantes que qualquer fonte oficial. No meu entendimento, as redes sociais enfraqueceram o conhecimento, principalmente o científico.
Ao dar acesso a informações que eram exclusividade de cada área do conhecimento e ao permitir que todos expressem suas opiniões para um público, que pode ser representativo, a internet ajudou a enfraquecer a busca pelo conhecimento e pela checagem da fonte. Hoje, poucas linhas são artigos, parágrafos são dissertações, e textão no face, quase uma tese. As redes sociais fazem aumentar o grau de incerteza das pessoas, deixam dúvidas em relação aos fatos e incentivam os efeitos das fake news. Combater e identificar as notícias fraudulentas deve ser pauta também nas escolas, principalmente para que o adolescente de hoje, aprenda a ser crítico diante do que lê e interpreta. A internet tem prestado relevante serviço a todos nós. Destaco a acessibilidade do conhecimento e democratização da informação. Entretanto, como tudo nesta vida, devemos ter bom senso ou simplesmente usá-la com moderação.